Por Edgar Moura, ABC
Já que vão falar, já que vão perguntar, e antes que algum aventureiro lance mão, eis o…
“Xuxa Light – o Exterminador do Passado”
A tal luz que acaba com: rugas, pés de galinha, espinhas e outros relevos desagradáveis, trazidos pela passagem do tempo.
Não é nenhuma invenção nossa (as especificações são minhas, o desenho e a execução são do Aridauto, para o filme “Xuxa Gêmeas”).
A primeira vez que ouvi falar desta luz foi pelo Bruno Barreto que, misteriosamente falava de um “Cone of Youth” (que descrevi no “50 Anos Luz”).
Depois o Gustavo Hadba trabalhou com um americano que amarrava umas lâmpadas Kino num isopor, abria um buraco no meio do isopor, para enfiar a lente da câmera e, segundo ele (o americano): “nunca ganhei tanto dinheiro embora antes tenha me dedicado a fazer sombras e contrastes” (esta luz não tem nenhuma – nem sombra nem contraste – acrescento eu).
Nos outros Xuxas eu já tinha tentado isto, Kinos amarradas em isopor. Eram poucas, seis, agora são umas seis de 1.20m e mais umas seis de 60cm em volta do buraco da câmera. O truque é a difusão ser forte para não aparecer, por reflexão, nos olhos da atriz. Como se pode ver nas fotos.
A mesma luz onipresente já podia ser vista iluminando o Michael Jackson, no documentário que acabou com ele (Michael Jackson). Era luz por todo lado… da câmera (inclusive por baixo, que é o truque).
O Zeca Guimarães, still deste nosso filme, chamou uma colega fotógrafa do Globo para ver “o ‘ring light’ que eles fizeram”. Pois é, é isso mesmo, é o velho “ring light” misturado com um “haze light”, com um furo no meio. Como sempre, as novas luzes vêm da fotografia still (onde se pode experimentar mais) e sobretudo, como qualquer fotógrafo sabe: “nada se cria, tudo se transforma”.