Por Danielle de Noronha
Dirigido por Pedro Novaes, Alaska conta a história de Ana e Fernando, que anos após se separarem decidem visitar, mais uma vez, a Chapada dos Veadeiros, lugar que foi cenário de uma intensa história de amor entre os dois. A viagem é uma segunda chance para essa paixão. Mas o tempo passou e eles talvez não sejam mais os mesmos.
O diretor de fotografia Emerson Maia conta sobre o trabalho no filme.
Como você descreve a fotografia de Alaska?
Eu busquei realizar uma fotografia mais simples, até porque o roteiro pedia isto. Queria que as câmeras conversassem o tempo todo com os atores e com a paisagem, então tínhamos que ir por esse caminho.
Quais lentes e câmeras foram utilizadas e por que elas foram escolhidas?
Usamos a Câmera Pmw F3 com S-log e uma 5D mark2 com cinestyle, com jogos de lentes Nikon Ai 20MM; 35MM; 50MM; 85MM; 105MM e 135MM (esta na maior parte do filme) para as duas câmeras, e em alguns momentos usamos para a F3 o jogo Sony PL 35MM T2.0; 50MM T2.0 e 85MM t2.0). Filtros Nd3, Nd6, Nd9, Nd3 degrade, Nd6 degrade, UltraPola e Pola.
Escolhemos esse equipamento pelo resultado de imagem, e por se tratar de um equipamento mais leve e que se comportaria muito bem em um ambiente que não teríamos controle. Tivemos o resultado esperado, nenhuma das duas câmeras parou. Além disso, como a maior parte do filme passa dentro de um carro, tínhamos uma equipe reduzida, o que também foi determinante para a escolha.
Quais foram suas inspirações e referências para a fotografia deste filme?
Tínhamos dois filmes como estudos: Além dá Estada, com direção de fotografia de Pablo Ramos e Bruno Alzaga, e Blue Valentine, com fotografia de Andrij Parekh.
No meu processo de criação, em alguns enquadramentos, a Chapada dos Veadeiros era como um quadro, e fizemos grandes planos sem movimento de câmera, mas com a ação fazendo esse papel da tela.
Outra questão é que pensei em fazer uma câmera mais próxima dos atores no começo do filme e, com o distanciamento dos personagens, a câmera também assumiria este papel.
A Chapada dos Veadeiros pode ser vista como um dos personagens da narrativa. Como foi o processo de escolha das locações e quais as peculiaridades e dificuldades de filmar na região?
Sim, mas a caminhonete também assume muito bem esse papel. Tivemos duas visitas à Chapada. Em umas dessas visitas encontramos um caminho que era muito difícil de ser feito com equipe, mas ele foi escolhido e esta parte foi feita apenas com a presença dos atores, Pedro, Thiago (som) e eu. Nossa maior preocupação era com as baterias, mas foi bem resolvida com um inversor.
Vale ressaltar que as equipes de som e fotografia já trabalharam em vários projetos, o que tornou o trabalho bem organizado e super tranquilo.
Você e o diretor Pedro Novaes já realizaram alguns trabalhos juntos. Como foi repetir a parceria em Alaska?
Sim, já realizamos alguns trabalhos juntos. Trabalhar com o Pedro Novaes é muito gratificante, além de gostar muito do seu trabalho, sempre aprendemos juntos. No filme correu tudo muito bem, estávamos bem decupados e com uma determinação de como iramos filmar.
Como foi o processo de pós-produção do filme e qual a sua participação nele?
A correção de cor foi feita na O2, em São Paulo. Eu participei de todo processo, mas como moro na cidade de Goiânia (GO), o processo era acompanhado online e também tivemos duas diárias presenciais para as considerações finais.
Ficha Técnica
EQUIPE
Direção: Pedro Novaes
Roteiro: Jarleo Barbosa e Pedro Novaes
Produção Executiva: Lidiana Reis
Produtores Executivos Associados: Ricardo de Podestá, Emerson Maia
Direção de Produção: Luana Otto
Direção de Fotografia: Emerson Maia
Direção de Arte: Benedito Ferreira
Edição: Erico Rassi e Eduardo Aquino
Desenho de Som, Edição e Mixagem: Thiago Camargo
Trilha Sonora:Belém de Oliveira
Preparação de Elenco: Frederico Foroni
Produção: Panaceia Filmes
Coprodução: Sertão Films, Mandra Filmes e Tá na Lata Filmes
Distribuição: Elo Company
ELENCO
Bella Carrijo
Rafael Sieg
Antonio Zayek
José Ronaldo Loth Machado
Ananias Derval da Rocha Ferreira
