Sérgio Tréfaut ganha retrospectiva até 11 de outubro no Centro do Rio de Janeiro

Isabel Ruth
A atriz portuguesa Isabel Ruth em cena de “Raiva”, de Sérgio Tréfaut. Foto: Divulgação

O Centro Cultural Justiça Federal do Rio de Janeiro apresenta, até 11 de outubro, a mostra “Regresso ao Brasil – O cinema de Sérgio Tréfaut”, uma retrospectiva completa do trabalho do cineasta brasileiro, filho de mãe francesa e pai português, e radicado na Europa desde 1975.

Com sessões gratuitas, sempre às quartas, em dois horários (às 17h30 e às 19h), o público poderá acompanhar as obras mais marcantes de Tréfaut, entre curtas e longas-metragens, ficções e documentários. Além das exibições, desde 11 de setembro, têm sido realizados debates com o diretor e com outros grandes nomes do cinema brasileiro, como Amir Labaki, Helena Solberg, Karen Harley, Sandra Kogut, Consuelo Lins, Edgar Moura, Beth Formaggini, Quito Pedrosa, Ana Rieper, Marcelo Gomes e Lucia Murat. 

Tréfaut formou-se em filosofia na Universidade Sorbonne, em Paris, e começou a carreira como jornalista em Lisboa, antes de se firmar como produtor e cineasta na década de 1990. Praticamente todos os seus filmes (documentários e ficções falados em várias línguas) são retratos coletivos que nos levam ao Egito, à Ucrânia, ao Iraque, a campos de extermínio nazistas na Polônia, aos jardins do Palácio do Catete, no Rio, e, sobretudo, a Portugal.

Sua obra foi premiada em diversos festivais internacionais, como Moscou, Biarritz (Fipadoc), São Francisco, Documenta Madrid, Gigón, Les Écran Documentaires, Indielisboa, Doclisboa, Sevilha, Uruguai e Perugia. “RAIVA” (2019, foto em destaque), sua ficção de maior sucesso, ganhou o Globo de Ouro (Portugal) de melhor filme do ano e de melhor atriz, para Isabel Ruth. Também recebeu seis prêmios Sofia, atribuídos pela Academia Portuguesa de Cinema: Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia e Melhor Roteiro Adaptado.

Todos os filmes de Tréfaut também foram exibidos em festivais brasileiros, como a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o Festival do Rio e o É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários.

SERVIÇO

Mostra Regresso ao Brasil
Onde: Centro Cultural da Justiça Federal
Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro
Quando: Até 11 de outubro
Quanto: Gratuito
Mais informações sobre o cineasta e os filmes: https://faux.pt/pt/

PROGRAMAÇÃO

25/9 – 17h30
LISBOETAS
(2004, 100’, documentário). Debate com Consuelo Lins
Um documentário musical sobre a onda de imigração que mudou Portugal na virada do século. Falado em 14 idiomas, “Lisboetas” é uma janela aberta para novas realidades, modos de vida, mercados de trabalho, direitos, cultos religiosos e identidades de imigrantes. Uma viagem a uma Lisboa desconhecida. Esse filme foi o primeiro documentário a estrear em salas de cinema em Portugal e ficou mais de três meses em cartaz.

25/9 – 19h
VIAGEM A PORTUGAL
(2011, 75’,  ficção). Debate com Edgar Moura
Vinte e quatro horas num aeroporto português. Entre todos os passageiros do avião, a jovem ucraniana Maria é a única a ser detida. A situação se transforma num pesadelo quando a polícia percebe que o homem que a espera é senegalês. Imigração ilegal? Tráfico humano? Tudo é possível. Inspirado em um caso real, “Viagem a Portugal” é um retrato kafkiano da experiência da imigração. Com Maria de Medeiros, Isabel Ruth, Makena Diop e Rebeca Close.

2/10 – 17h30
A CIDADE DOS MORTOS
(2009, 62’, documentário). Debate com Beth Formaggini
A Cidade dos Mortos, no Cairo, é a maior necrópole do mundo. Um milhão de pessoas vivem nessa urbe improvisada dentro de um cemitério, onde há de tudo: padarias, cafés, escolas, teatros de fantoche. A Cidade dos Mortos é gigante, mas funciona como uma pequena aldeia, onde mães procuram o “melhor partido” para suas filhas, os rapazes correm atrás das garotas e os vizinhos brigam todos os dias.

2/10 – 17h30
WAITING FOR PARADISE
(2009, 14’, curta-metragem, documentário). 
Todas as semanas, celebram-se casamentos na Cidade dos Mortos, no Cairo. São festas que duram vários dias, sempre dentro do cemitério. Começam pela manhã, no momento em que se prepara o colchão dos noivos. Dias mais tarde, o processo culmina numa festa com músicos, regada a álcool, haxixe e dinheiro voando entre os túmulos. Exibido na mesma sessão que “A Cidade dos Mortos”.

2/10 – 19h
ALENTEJO, ALENTEJO
(2013, 98’, documentário). Debate com Quito Pedrosa 
Esse filme contribuiu para que o cante alentejano (gênero musical tradicional do sul de Portugal) fosse declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. Dezenas de grupos corais amadores reúnem-se para entoar antigos cantos polifônicos. Nascido nas tabernas e nos campos, o cante foi sendo transmitido ao longo de várias gerações. “Alentejo, Alentejo” é uma viagem musical e apaixonada por seus intérpretes. Com grupos corais do Alentejo.

9/10 – 17h30
PARAÍSO
(2021, 85’, documentário). Debate com Ana Rieper
Um grupo de cantores amadores reúne-se todos os dias nos jardins do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, antiga sede da Presidência do Brasil. Ao cair da tarde, homens e mulheres quase centenários revelam o sentido da vida por meio de antigas canções de amor. As filmagens foram subitamente interrompidas pela pandemia, e o filme se transformou numa homenagem a uma geração dizimada pelo novo coronavírus.

9/10 – 19h
ALCIBIADES
(1992, 26’, curta-metragem, ficção) + novos projetos. Debate com Marcelo Gomes
Fábula musical inspirada na obra “O Banquete”, de Platão. Num monólogo sem pudor, o jovem aristocrata Alcibíades confessa suas estratégias para conquistar o filósofo Sócrates – certo de que o saber pode ser transmitido pelo contato físico. Com Maria de Medeiros, Pedro Fradique e a voz de Luís Miguel Cintra.

11/10 – 19h
A NOIVA
 (2022, 81’, ficção). Debate com Lucia Murat
Uma adolescente europeia foge de casa para se casar com um guerrilheiro do Daesh. Torna-se, então, uma noiva da Jihad, a “guerra santa”. Três anos mais tarde, sua vida muda dramaticamente. A garota vive num campo de prisioneiros no Iraque, é mãe de dois filhos e está grávida outra vez. Mas agora é uma viúva de 20 anos e, em breve, será julgada pelos tribunais iraquianos. Quem será essa adolescente, após três anos de guerra e de lavagem cerebral? Com Joana Bernardo, Hugo Bentes e Lola Dueñas.

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