Por Luna D’Alama
O diretor de fotografia e associado emérito Walter Carvalho, ABC recebeu uma estrela de metal na calçada da cidade de Bitola, na Macedônia do Norte, no dia 25 de setembro, durante o 45º Manaki Brothers – International Cinematographers’ Film Festival. Carvalho é o primeiro brasileiro a receber essa honraria, concedida pelo conjunto de sua obra (Lifetime Achievement Award).
Realizado de 21 a 27 de setembro, o evento também reconheceu, com estrelas de metal, outros diretores de fotografia já homenageados, em anos anteriores, pelo conjunto da obra, como o australiano John Seale, ACS, ASC; o austríaco Christian Berger, AAC, BVK; e o sueco Sven Nykvist, ASC, FS (1922-2006, in memoriam), que trabalhou em vários filmes de Ingmar Bergman (1918-2007). O holandês Robby Müller (1940-2018), NSC, BVK também recebeu uma homenagem póstuma.
Estiveram presentes no festival outros importantes diretores de fotografia internacionais, como o italiano Dante Spinotti, ASC, AIC; o francês Bruno Delbonnel, AFC, ASC; e o britânico Peter Biziou, BSC.
MAIS UM ASSOCIADO PREMIADO
O diretor de fotografia e associado Helcio “Alemão” Nagamine, ABC foi premiado no 45º Manaki Brothers por seu trabalho no curta-metragem “Amarela” (2024), dirigido por André Hayato Saito e com correção de cor e pós-produção do associado Alexandre Cristófaro.
O curta também está na programação do 26º Festival do Rio e conta a história de uma adolescente nipo-brasileira que rejeita as tradições familiares e, na final da Copa do Mundo de 1998, entre Brasil e França, vivencia uma violência que parece invisível, razão pela qual mergulha em um doloroso mar de emoções.
MANAKI BROTHERS
Segundo o presidente da International Federation of Cinematographers (Imago), ex-presidente da ABC (2022-2024) e conselheiro da ABC, Mustapha Barat, que esteve presente no 45º Manaki Brothers, esse é um dos únicos festivais do mundo dedicados exclusivamente à direção de fotografia. “Walter Carvalho já participou de outras edições e foi premiado três vezes [conquistou a Golden Camera por “Terra Estrangeira”, “Central do Brasil” e “Lavoura Arcaica”]. Termos um brasileiro e associado da ABC na ‘calçada da fama’ da cinematografia mundial é de suma importância. Carvalho agora está entre outros ‘monstros sagrados’ da direção de fotografia”, avalia Barat.
O presidente da Imago conta que, na abertura do evento, que contou com a presença de diretores(as) de fotografia de vários países, além de estudantes, foi exibido o filme “Parthenope” (2024), do italiano Paolo Sorrentino, com fotografia de Daria D’Antonio. Foram homenageados, pelo conjunto da obra, o francês Bruno Delbonnel, AFC, ASC e a polonesa Jolanta Dylewska, PSC, EFA. O presidente do júri foi o diretor de fotografia australiano John Seale, ACS, ASC – que também ganhou uma estrela de metal na calçada.
Barat moderou uma mesa, patrocinada pela Imago, composta por John Seale, ACS, ASC; Christian Berger, AAC, BVK e Dante Spinotti, ASC, AIC. O debate girou em torno da carreira dos três grandes diretores de fotografia. Além disso, Barat palestrou em uma mesa, a convite da Leitz, que também contou com a participação da estadunidense Nancy Schreiber, ASC e do brasileiro Lula Carvalho, ABC, ASC, filho de Walter Carvalho. “Falamos sobre o processo de escolher lentes para filmar cada projeto. Nancy também foi homenageada com um prêmio Trailblazer, pelo conjunto de sua obra”, lembra.
Atenta a questões de diversidade, a 45ª edição do Manaki Brothers promoveu, ainda, uma mesa chamada “Powerful Women of Manaki” (Mulheres Poderosas do Manaki), sobre os desafios e inspirações de diretoras de fotografia. Mediado por Christina Novak, o debate foi composto por Nancy Schreiber, ASC; Teresa Medina, AEC; Oona Menges, BSC; Clarie Pijman, NSC; Brigit Guðjónsdóttir e Alice Brooks, ASC; além da operadora de câmera Agnieszka Szeliga, ACO.