Cinemateca Brasileira faz itinerância nacional com filmes sobre ditadura e resistências

Cinemateca
Foto: Divulgação

Diante do sucesso alcançado em 2023, quando percorreu todas as regiões do país e alcançou mais de 15 mil pessoas, a Cinemateca Brasileira lança a segunda edição de sua itinerância nacional. Com o título “A Cinemateca é brasileira – Resistências cinematográficas”, a nova curadoria inclui longas e curtas-metragens que revelam múltiplas abordagens da vocação democrática do Brasil e sua resistência a retrocessos autoritários, em especial a ditadura militar que teve início há 60 anos.

Em 2024, os filmes estarão no 26º Festival do Rio (3 a 13 de outubro), no Cineteatro São Luiz e Cine Ceará, em Fortaleza (12 a 26 de outubro), e no Cine Bangüê, em João Pessoa (13 a 22 de outubro). No Festival do Rio, a Cinemateca Brasileira apresenta longas como “O que é isso, companheiro?” (1997), de Bruno Barreto, “A opinião pública” (1966), de Arnaldo Jabor (1940-2022), “Greve!” (1979), de João Batista de Andrade, “Eles não usam black-tie” (1981), de Leon Hirszman, e o curta “Manhã Cinzenta”, de Olney São Paulo.

Ainda na programação da itinerância, está prevista a exibição dos seguintes títulos: “O caso dos irmão Naves” (1967), de Luiz Sergio Person; a animação “Meu tio José” (2021), de Ducca Rios; “Cidadão Boilesen” (2009), de Chaim Litewski; “Jardim de guerra” (1968), de Neville d’Almeida; “Libertação de Inês Etienne Romeu”(1979), de Norma Bengell; “Torre” (2017), de Nádia Mangolini; “Vala comum” (1994), de João Godoy; “Arara: Um filme sobre um filme sobrevivente” (2017), de Lipe Canêdo; “A luta do povo” (1980), de Renato Tapajós; o documentário “ABC da greve” (1979-1990), de Leon Hirszman; “Terra em transe” (1967), de Glauber Rocha; “Os fuzis” (1964), de Ruy Guerra; e “Cabra marcado para morrer” (1964-1984), de Eduardo Coutinho.

Para 2025, já estão confirmadas passagens por Curitiba, Recife, Belém, Porto Velho, Brasília, Manaus, Porto Alegre e Garanhuns (PE). As ações de itinerância fazem parte do projeto “Viva Cinemateca”, que envolve também a recuperação de importantes acervos e a modernização da sede e da infraestrutura técnica da instituição.

EDIÇÃO DE 2023

De agosto a dezembro de 2023, a itinerância da Cinemateca Brasileira passou por Belém, Belo Horizonte, Brasília, Brumadinho (MG), Canaã dos Carajás (PA), Curitiba, Fortaleza, João Pessoa, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, Vitória e Vila Velha (ES).

Foram selecionados, no ano passado, 19 importantes filmes que perpassam diferentes momentos históricos brasileiros, propostas estéticas e temáticas, que demonstram a riqueza do cinema nacional ao longo de seus mais de 120 anos de história.

A Cinemateca Brasileira possui o maior e mais completo acervo audiovisual da América do Sul e está entre as maiores instituições do gênero no mundo. Sua coleção reúne cerca de 40 mil títulos e mais de 1 milhão de documentos, entre cartazes, roteiros e livros. A principal função da entidade é preservar a memória da produção audiovisual brasileira, além de divulgar os títulos do acervo e promover a formação de público.

Há 75 anos, a Cinemateca Brasileira também conserva e recupera os filmes produzidos no país. Seu laboratório de restauro conta com equipamentos de alta tecnologia e é internacionalmente reconhecido como um exemplo para as cinematecas e arquivos de filmes da América Latina.

FESTIVAL ITALIANO

Neste mês, a Cinemateca Brasileira também marca presença na 43ª edição de Le Giornate del Cinema Muto I Pordenone Silent Film Festival, um dos principais festivais de cinema silencioso do mundo, realizado na Itália.

A programação exibirá filmes restaurados recentemente pela instituição e contará com o lançamento da versão em inglês do livro “A restauração da cor do cinema silencioso no Brasil: Identificação, conservação e técnicas”, da técnica de conservação e restauro de filmes Luisa Malzoni. As versões em português e inglês do livro estão disponíveis para acesso gratuito no site da Cinemateca Brasileira.

Dentro do programa América Latina, o festival apresenta ainda cinco curtas-metragens silenciosos restaurados e digitalizados entre 2022 e 2023. No dia 11 de outubro, será exibida uma compilação de curtas etnográficos de Dina e Claude Lévi-Strauss, que conta com registros fílmicos da expedição do casal francês ao interior do Mato Grosso, em 1935. Já para a sessão em Pordenone, serão apresentados os curtas “Os Trabalhos do Gado no Curral de uma Fazenda do Sul de Mato Grosso”, “A Vida de uma Aldeia Bororo” e “Cerimônias Funerais entre os Índios Bororo II”.

No dia 12 de outubro, será exibido o filme “Apuros do Genésio”, restaurado no âmbito do Projeto Nitratos da Cinemateca Brasileira. O projeto promove a conservação, catalogação e digitalização de filmes em nitrato da coleção mais antiga do cinema brasileiro. O curta é um esquete de 1940, encenado pelo multiartista e humorista Genésio Arruda, trazendo uma “brincadeira cinematográfica” para anunciar seus próximos espetáculos.

Total
0
Shares
Prev
Maior evento da indústria cinematográfica latina, Expocine vai até esta sexta em SP
Expocine

Maior evento da indústria cinematográfica latina, Expocine vai até esta sexta em SP

Next
Associados(as) da ABC participam do 26º Festival do Rio e da 48ª Mostra de SP
Montagem2

Associados(as) da ABC participam do 26º Festival do Rio e da 48ª Mostra de SP

You May Also Like