Pela primeira vez em sua história, a Cinemateca Brasileira recuperou, catalogou e digitalizou 1.893 filmes de sua coleção em nitrato de celulose: a parcela mais antiga e frágil do acervo da instituição e que reúne os mais antigos títulos da cinematografia brasileira. Algumas das obras, que são registros históricos do Brasil entre as décadas 1900 e 1950, estarão disponíveis gratuitamente no Banco de Conteúdos Culturais (BCC) e no site da Cinemateca Brasileira.
A iniciativa integra o Viva Cinemateca que reúne os grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação de importantes acervos, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica. Por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o projeto, de cerca de R$ 15 milhões, conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, com o patrocínio master da Shell, e o copatrocínio do Itaú Unibanco.
“O Instituto Cultural Vale está ao lado da Cinemateca desde 2020 por entender a importância da casa da produção audiovisual brasileira, que preserva, também, um retrato da nossa própria identidade. Por isso, atuamos, juntos, em iniciativas pela sustentabilidade e modernização do espaço e pela salvaguarda de seu acervo, em especial, a coleção de filmes em nitrato de celulose, de valor inestimável”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.”
A coleção de Nitratos da Cinemateca Brasileira foi formada por títulos sobreviventes advindos de arquivos e cinematecas de todo o país. Entre as obras recuperadas pelo projeto estão raridades como Barulho na Universidade (1943), filme de Watson Macedo dado como perdido; Ceremônias e Festa da Igreja em S. Maria, documentário mais antigo do acervo, filmado em 1909; Apuros de Genésio, filme de 1940 que será exibido no Festival de Filmes Silenciosos de Pordenone, em outubro; e Amazônia e Rio Exposição de 1922, uma compilação de imagens feitas por Silvino Santos entre 1919 e 1926 na região Norte do país e na então capital federal. De suma importância para a compreensão dos primórdios da cultura cinematográfica brasileira, a obra de Silvino Santos ganhou destaque recentemente com a (re)descoberta do seu primeiro longa Amazonas, o maior rio do mundo (1918-1920).
“Apoiamos o Viva Cinemateca pois, acreditamos que a instituição tem um papel fundamental na construção, conservação e difusão da nossa herança cultural com ações que promovem o desenvolvimento humano e geram valores para toda nossa sociedade através da cultura”, comenta Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil.
Trata-se da concretização de um esforço de décadas. As películas em nitrato de celulose, que eram utilizadas nos primeiros anos da indústria cinematográfica, são materiais extremamente delicados e que podem entrar em autocombustão. Foram eles os responsáveis por quatro incêndios da história da Cinemateca: 1957,1969, 1982 e 2016. A recuperação da coleção de filmes do projeto Nitratos da Cinemateca Brasileira tem sido uma das principais frentes de trabalho da instituição desde sua reabertura, em 2022. Para essa iniciativa, foram contratados 30 pesquisadores e técnicos de preservação e documentação de todo o país, que trabalharam por dois anos no projeto, recuperando 3.392 rolos de filmes – cinejornais, documentários, filmes de ficção, domésticos e publicidade. A maioria dessa equipe foi posteriormente incorporada ao quadro de funcionários da instituição.
PROJETO VIVA CINEMATECA
O Viva Cinemateca foi lançado em junho de 2023 voltado a ações de preservação de importantes acervos e coleções da Cinemateca Brasileira, como a coleção dos filmes em nitrato, agora recuperados, e o acervo do Canal 100 – o próximo grande projeto da instituição.
Ao longo de sua realização, o Viva Cinemateca incluiu ações educativas e de difusão como a mostra de cinema e a exposição A CINEMATECA É BRASILEIRA, que percorreram 15 cidades de todas as regiões do país, o FESTIVAL CULTURA E SUSTENTABILIDADE, as mostras POVOS ORIGINÁRIOS DA AMÉRICA LATINA e MULHERES PIONEIRAS DO CINEMA, e os cursos de FORMAÇÃO TÉCNICA E CULTURAL, gratuitos, em formatos presencial e on-line com transmissão ao vivo pelo canal da instituição no Youtube.
PATROCINADORES
O Projeto Viva Cinemateca conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, com o patrocínio master da Shell, e Itaú Unibanco, como copatrocinador.
Aprovado na Lei Rouanet, o projeto permite a empresas e pessoas físicas destinarem parte do imposto de renda para a iniciativa (Art. 18 da Lei Federal de Incentivo à Cultura).
SOBRE O INSTITUTO CULTURAL VALE
O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa.
Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 800 projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do país. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale.
SOBRE A SHELL BRASIL
Há 111 anos no país, a Shell é uma companhia de energia integrada com participação em Upstream, Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Energias Renováveis, com um negócio de comercialização no mercado livre e produtos ambientais, a Shell Energy Brasil. Aqui, a distribuição de combustíveis é gerenciada pela joint-venture Raízen. A companhia trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia.
CINEMATECA BRASILEIRA
A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social. O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.