Reconhecido como o mais importante evento sul-americano para a produção audiovisual ligada às temáticas socioambientais, a Mostra Ecofalante de Cinema chega à sua 13ª edição. Com cardápio composto por 122 filmes, representando 24 países, as projeções, os debates e os encontros estão agendados para o período de 1º a 14 de agosto, com entrada franca.
Dedicado este ano a três cineastas mulheres de grande relevância na cinematografia latino-americana, o Panorama Histórico traz produções assinadas pela cubana Sara Gómez (1942-1974), pela colombiana Marta Rodríguez e pela venezuelana Margot Benacerraf.
Desta última, falecida em 29 de maio último, aos 97 anos, está programado “Araya” (1959), ambientado na península de Araya, na Venezuela, um dos lugares mais áridos do planeta. O roteiro acompanha três histórias que sublinham a vida dura de seus habitantes desta região, que trabalhavam na exploração manual do sal e estão sendo substituídos pela industrialização da atividade. O longa venceu o prêmio da crítica no Festival de Cannes e ganhou projeções nos festivais de Berlim, Locarno e no BFI de Londres. Margot Benacerraf fundou em 1966 a Cinemateca Nacional da Venezuela, que foi berço de novas gerações de cineastas, além de ter sido promotora de festivais cinematográficos no país.
Exibido no Festival de Locarno, “De Certa Maneira” (1977), de Sara Gómez, foi eleito seguidas vezes como um dos títulos mais importantes da história do cinema cubano. Através de uma mescla de filmagens documentais e um roteiro de ficção, o filme aborda os bairros pobres de Havana logo após a Revolução Cubana de 1959, discutindo a questão de classe e raça através de um relacionamento interracial em que questões sobre racismo e machismo constroem uma visão crítica.
Já homenageado na seção Cannes Classics do Festival de Cannes, “Amor, Mulheres e Flores” (1984) é assinado por Marta Rodríguez e por seu parceiro e companheiro de vida Jorge Silva (1941-1987). O filme traça as características sociais dos trabalhadores da plantação de flores na capital colombiana, Bogotá, e suas reivindicações por melhores condições de vida e saúde, entre as histórias de vida e amor femininas. Com carreira iniciada em 1971, Marta Rodríguez é considerada uma das primeiras mulheres documentaristas da Colômbia a alcançar repercussão internacional. Com 90 anos de idade, ela continua na ativa – seu 19ª filme, “Camilo Torres Restrepo, El Amor Eficaz”, foi finalizado em 2022.
A 13ª Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Dirigido por Chico Guariba, o evento tem patrocínio do Itaú, Mercado Livre, Spcine e Prefeitura de São Paulo. O evento conta com o apoio da White Martins e da Synergia Socioambiental; e apoio institucional do Instituto Francês, WWF, Programa Ecofalante Universidades e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A produção é da Doc & Outras Coisas, com coprodução da Química Cultural e parcerias do Instituto Akatu, Autossustentável, eCycle, Green Me, Greenpeace, Iniciativa Verde, Instituto Socioambiental, Observatório do Clima e The Climate Reality Project Brasil. É uma realização da Ecofalante, ProAC ICMS, Governo de São Paulo, Ministério da Cultura e Governo Federal.
A Ecofalante é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) que atua nas áreas de cultura, educação e sustentabilidade, atua na formação de professores, exibições e debates em escolas, universidades e aparelhos culturais, além de produzir seminários e workshops sobre cinema, educação e sustentabilidade. A Ecofalante é responsável também pela plataforma de streaming gratuita Ecofalante Play, voltada a educadores, e o Ecofalante Universidades, programa de extensão educacional.
Serviço
13ª Mostra Ecofalante de Cinema
www.ecofalante.org.br
de 1º a 14 de agosto de 2024
abertura para convidados: 31 de julho de 2024
gratuito