Pesquisa da Firjan e Sicav revela a alta demanda por mão de obra pelo mercado

Pesquisa Firjam

O “Estudo de Demanda Profissional do Setor Audiovisual”, desenvolvido pela Firjan em parceria com o Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav), revela a alta demanda por mão de obra, especialmente, nesse momento de expansão vivido pelo mercado.

Com as recém-sancionadas leis de cota para o cinema e para a TV paga, garantindo mais espaço para as produções nacionais; mais os R$ 2,7 bilhões da Lei Paulo Gustavo, exclusivamente destinados ao audiovisual, entre outros incentivos histórica e economicamente relevantes, o mercado recebeu uma injeção de ânimo. E, num cenário positivo, a demanda por profissionais especializados é uma realidade.

Depois de uma desaceleração provocada pela pandemia e por falta de políticas públicas destinadas à indústria audiovisual, tornar o ambiente mais competitivo e autossustentável significa ir além dos investimentos retomados. Focar na profissionalização da formação de quem atua na área, especialmente num ambiente de demanda represada, é imperativo, aponta Leonardo Edde, vice-presidente da Firjan e presidente do Conselho Empresarial de Indústria Criativa da federação.

“A ascensão de novas tecnologias de comunicação e mídia, assim como diferentes formas de disseminação de conteúdo, têm provocado mudanças estruturais na distribuição ocupacional dos profissionais do mercado, nas relações trabalhistas e nas habilidades técnicas e comportamentais demandadas pelo setor”, diz Edde, também presidente do SICAV.

Novas competências

A pesquisa confirma claramente que, para promover o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do audiovisual, políticas públicas de fomento direto e indireto devem estar fortalecidas pela disponibilidade de profissionais prontos para serem absorvidos por um mercado em franca expansão. Porém, já é percebida a falta de profissionais para atender essa demanda, especialmente os que já estejam 100% atualizados com as novas competências técnicas necessárias.

Esse fator já é responsável por mais da metade das queixas dos entrevistados (64,3%). Mas não são apenas novas habilidades técnicas e mais gente para trabalhar que o momento vivido pelo audiovisual exige. As deficiências nas soft skills (71,7%), “faltam habilidades comportamentais e socioemocionais nos profissionais”, são entraves para quem contrata e, como consequência, para o desenvolvimento da indústria.

Microempresas são maioria

A pesquisa ouviu 300 indústrias brasileiras, sendo 138 delas do estado do Rio de Janeiro. O estudo espelha o perfil do setor em sua maioria composto por microempresas (91%), que enfrentam dificuldades para contratar profissionais alinhados com esse perfil mais especializado (76,7%) e não imaginam mudanças significativas neste cenário a médio prazo (72,3%).

No horizonte dos próximos 3 anos, o Rio de Janeiro se mantém mais otimista que os demais estados (65,9%, contra 77,8%), porém, não há expectativa de melhora significativa em relação ao cenário atual, assim como para nenhum dos estados brasileiros participantes da pesquisa.

Ainda entre as empresas fluminenses, a transformação digital do setor ao longo dos anos também impacta na demanda por profissionais, já que 51,4% das empresas apontam a necessidade de mais profissionais preparados para lidar com as novas tecnologias e digitalização do audiovisual. Em seguida, e ainda relevantes, estão as dificuldades de encontrar profissionais para atuar com segurança e proteção de dados – LGPD (ERJ: 48,6%) e com as novas funções exigidas pelo mercado (ERJ: 46,7%).

Formação e profissionalização

Como forma de contribuir para a concretização de expectativas mais otimistas, conforme previstas no levantamento “O impacto econômico do audiovisual na América Latina” (Netflix/Deloitte), que prevê um crescimento anual de 7,2% da indústria audiovisual mundial até 2030, a Firjan SENAI SESI Laranjeiras oferece educação profissional, serviços e soluções tecnológicas, prototipagem e consultorias por meio do Centro de Referência em Cinema e Audiovisual, único no estado do Rio e um dos poucos no país a disponibilizar condições para impulsionar não apenas o setor audiovisual, mas toda a cadeia da indústria criativa fluminense.

O “Estudo de Demanda Profissional do Setor Audiovisual”, faz um raios-x dos principais impactos e desafios encontrados pelas empresas, num panorama atual e esperado para os próximos três anos, para que seja possível agir em cima de indicadores, de forma estruturante, explica Edde. “Identificar e qualificar a carência dos profissionais brasileiros, por exemplo, é essencial para sanarmos déficits e buscarmos a consolidação da competitividade e autossustentabilidade do setor, que já contribui com mais de R$ 27 bilhões ao PIB brasileiro”, ressalta.

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