Inserido na programação da segunda edição da mostra internacional Meu Primeiro Cinema, de curtas-metragens para a infância, o Seminário “As Telas na Infância” promove quatro painéis temáticos nos dias 12, 13 e 14 de setembro no Cine Brasília (EQS 106/107).
O evento tem como proposta estimular “reflexões e proposições para a construção de políticas públicas, que contemplem tanto a proteção das crianças, quanto a promoção da identidade cultural por meio do audiovisual desde os primeiros anos”, aponta Clarice Cardell, diretora artística do Meu Primeiro Cinema.
Para Leo Hernandes, idealizador da mostra, “há uma epidemia do uso das telas, dominadas por uma produção nem sempre adequada e geradora de problemas na saúde mental e no desenvolvimento cognitivo das crianças brasileiras”, avalia, “contudo, há uma produção brasileira audiovisual criativa e de alta qualidade, que busca espaço nas janelas de exibição, como os dispositivos móveis”, destaca Hernandes.
A mesa que abre os trabalhos no dia 12 (quinta-feira), às 17h30, vai discutir justamente a superexposição de crianças às telas e os impactos para a saúde nos seus primeiros anos. Entre os temas que irão nortear o bate-papo propositivo estão como conciliar tecnologia com a reação das crianças ao mundo audiovisual e como oportunizar interação entre a linguagem artística e crianças de 0 a 5 anos.
Participam deste primeiro debate Dênis Rodrigues, Coordenador de Proteção de Direitos na Rede da SECOM, ligada à Presidência da República; Marta Volpi, Diretora de Proteção de Crianças e Adolescentes do Ministério Direitos Humanos e Cidadania; Nathalie Fragoso, da Secretaria de Direitos Digitais do Ministério da Justiça e Segurança Pública; o psicanalista Chico Bosco; e a terapeuta Lua Barros, com mediação da psicanalista Claudia Mascarenhas.
O segundo debate, dia 13 (sexta-feira), às 17h30, terá como pauta a criação da identidade cultural. E as perguntas orientadoras irão atravessar o fomento à produção audiovisual destinada a infância, propostas de construção de diálogo entre educação e cultura para a promoção ao acesso das diferentes infâncias a criação artística audiovisual brasileira e a regulamentação da Lei 13.006/14, que obriga a exibição de filmes de produção nacional nas escolas.
Mediada por Luiza Lins, Diretora da Mostra de Cinema de Florianópolis e Membro do Conselho Superior de Cinema, compõem a mesa Marcia Rollemberg, Secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC; Raquel Franzin, Coordenadora de Educação Integral e Tempo Integral do MEC; Gabriela Romeu, Cineasta e Pesquisadora de Diversidade Cultural, a Deputada Federal Erika Kokay (PT/DF); e Maria Mello, do Instituto Alana.
A voz das crianças será ouvida no dia 14 (sábado), quando, a partir das 11h, um grupo de crianças do DF, com idade entre 5 e 10 anos, vai dizer o que deseja assistir nas telas. O exercício de escuta será conduzido por Vicky Romero, Cineasta e Curadora de Cinema Para as Infâncias; Lucilene Silva, pesquisadora de cultura-infância; e Rita Oenning, Cineasta e Pesquisadora da Participação Infantil, realizado por meio da aplicação de brincadeiras lúdicas. Um trabalho semelhante será conduzido previamente com crianças de 8 a 10 anos de uma Escola Pública do DF.
Encerrando as rodadas de diálogos propositivos, dia 14 (sábado), às 16h, Beth Carmona, Consultora de projetos na área audiovisual infantil, da Midiativa; Mariana Filizola, Coordenadora Geral de Educação Midiática, da SECOM, ligada à Presidência da República; e Barbara Godoy, Coordenadora Geral de Tecnologia e Inovação da Educação Básica, do Ministério da Educação, conversam sobre Letramento audiovisual na primeira infância.
Neste encontro, os temas orientadores serão: quais as propostas de formação audiovisual e educação digital para as crianças brasileiras? E quais os mecanismos e plataformas necessários para mediar e orientar a população no acesso às novas tecnologias? O bate-papo será mediado por Clarice Cardell.