Retomando as atividades de formação de público, a Cinemateca Brasileira realiza em março o curso Introdução ao cinema brasileiro: das origens aos anos 1950, um panorama da evolução do cinema brasileiro desde os seus primórdios até a irrupção do cinema moderno. Ministrado por Carlos Augusto Calil, professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA/USP, o curso será acompanhado por uma mostra composta por mais de vinte filmes que marcaram a história do cinema brasileiro na primeira metade do século XX.
As aulas examinarão a produção de documentários silenciosos, a febre de cinema que se espalhou pelo país nos anos 1920, o surgimento de obras primas na transição do cinema silencioso ao sonoro, a fantasia de implantação de uma indústria, a trágica derrocada das grandes companhias produtoras em paralelo com a consagração de um gênero de comédias populares: as chanchadas. Para finalizar, será abordada a obra do jovem cineasta paulista Nelson Pereira dos Santos, que, em meados dos anos 1950, adaptou a lição italiana do filme social e com poucos recursos apresentou um contundente retrato da fratura social do país.
Conjuntamente, a mostra exibirá clássicos do cinema silencioso como Aitaré da praia (1925), o vanguardista Limite (1931), o pioneiro sonoro Ganga bruta (1933), títulos importantes da Atlântida e da Vera Cruz como Carnaval Atlântida (1952) e Sinhá moça (1953), além de obras modernas da década de 50 que pavimentaram o caminho para o Cinema Novo.
As aulas acontecerão às quartas e sextas-feiras, das 17h às 19h, em formato presencial. O curso é gratuito e com vagas limitadas, mediante ordem de inscrição, que deve ser feita através de formulário disponível no site da Cinemateca Brasileira. Os selecionados receberão por e-mail a confirmação da inscrição, e será emitido certificado com carga horária de 12h para aqueles que comparecerem em ao menos quatro aulas.
A programação completa da mostra, com sessões de quinta a domingo nas semanas do curso, será divulgada em breve.
Programa do curso
Aula 1 – Vocação para o documentário (15/03)
Aula 2 – Sintomas da febre de cinema (17/03)
Aula 3 – Vanguarda improvável: ensaio de quintessência em Limite. Ganga Bruta e a difícil transição para o sonoro (22/03)
Aula 4 – Cinédia e Vera Cruz: fantasias industriais (24/03)
Aula 5 – Chanchada: carnaval e paródia (29/03)
Aula 6 – Duas vezes Rio: a irrupção do cinema moderno (31/03)
Inscrições pelo site: https://www.cinemateca.org.br/ (vagas limitadas).
CINEMATECA BRASILEIRA
A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.
O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.