48ª Mostra Internacional de Cinema em SP exibe mais de 400 filmes até 30 de outubro

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Foto: Divulgação

A 48ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo será realizada a partir desta quinta-feira (17) até 30 de outubro. O evento vai exibir cerca de 415 filmes de 82 países em 29 salas de cinema, espaços culturais e Centros Educacionais Unificados (CEUS) da capital paulista, incluindo apresentações gratuitas e ao ar livre no Museu da Língua Portuguesa e no Museu Soberano, na Rua do Triunfo.

A Mostra tem um aplicativo exclusivo pelo qual é possível conferir a programação, comprar ingressos e ler notícias do festival. Além dele, a plataforma Mobiload disponibiliza recurso de acessibilidade para 28 filmes da seleção.

A abertura do evento ocorreu na quarta-feira (16), na Sala São Paulo, com a exibição do longa “Maria Callas”, dirigido por Pablo Larraín e protagonizado por Angelina Jolie. O filme estreou no Festival de Veneza.

Entre os títulos que entraram na programação da 48ª Mostra, estão obras premiadas nos principais festivais internacionais, como “Anora”, de Sean Baker, “Tudo que Imaginamos Como Luz”, de Payal Kapadia, “Dying – A Última Sinfonia”, de Matthias Glasner, “Grand Tour”, de Miguel
Gomes, “Dahomey”, de Mati Diop, “O Brutalista”, de Brady Corbet, “Vermiglio”, de Maura Delpero, “Sujo”, de Astrid Rondero e Fernanda Valadez, “Memórias de um Caracol”, de Adam Elliot, “Happy Holidays”, de Scandar Copti, “Os Malditos”, de Roberto Minervini, “Holy Cow”, de Louise Courvoisier, “Vira-Lata”, de Chiang Wei Liang e You Qiao Yin, “Esta Minha Vida”, de Sophie Fillières, “Ao Contrário”, de Jonas Trueba, “O Maior Bocejo da História”, de Aliyar Rasti, “No Other Land”, de Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor, “O Banho do Diabo”, de Veronika Franz e Severin Fiala, e “O Vidreiro”, de Usman Riaz.

O cartaz da 48ª Mostra é uma arte do cineasta indiano Satyajit Ray (1921- 1992) que faz parte do storyboard criado por ele durante a preparação de “A Canção da Estrada” (1955), seu primeiro longa. Ray, que foi também artista gráfico, compositor, roteirista, publicitário, escritor, diretor de arte, de fotografia, de som, e editor, entre outros, será homenageado no evento
com uma retrospectiva de sete títulos. Serão exibidos longas realizados por Ray entre 1955 e 1966.

A homenagem ao diretor nascido em Calcutá lança luz também a um dos principais destaques da 48ª Mostra: o cinema indiano. Cerca de 30 filmes do país compõem a programação: são longas produzidos nas mais variadas regiões da Índia, premiados nos principais festivais
internacionais ou restaurados, que mostram a diversidade indiana. Além das obras,
diretores(as), atores, atrizes, produtores(as) e distribuidores(as) da Índia participam do evento.

Ray é, ainda, autor do pôster da 1ª Mostrinha, dedicada à infância e à juventude. A seleção de filmes voltada para a nova geração de espectadores abre nesta quinta, na Sala São Paulo, com a exibição de “A Arca de Noé”, de Sérgio Machado e Alois di Leo. A 1ª Mostrinha também homenageia os 30 anos do programa “Castelo Rá-Tim-Bum”, da TV Cultura, e os 25 anos do filme homônimo de Cao Hamburger baseado na série. O escritor e cartunista Ziraldo (1932-2024) também será celebrado com a exibição dos dois filmes sobre o Menino Maluquinho.

Pelo segundo ano, a Mostra conta com um espaço na Cinemateca Brasileira. Chamado Espaço Petrobras na Mostra, o local vai abrigar exibições na área externa da Cinemateca, com sessões gratuitas e especiais. O evento realiza ainda, pelo quarto ano consecutivo, o Encontro de Ideias Audiovisuais, que inclui o III Mercado, o VIII Fórum e o VIII Da Palavra à Imagem. Gratuito e aberto ao público, o Encontro reúne debates, exibições, lançamentos de livros e reuniões entre os dias 24 e 26 de outubro, na Cinemateca Brasileira.

Além disso, a Mostra promove três masterclasses gratuitas durante o evento, uma que irá abordar a evolução do cinema indiano, a outra sobre os primórdios do audiovisual e a terceira dentro do IV Encontro, sobre adaptações de obras literárias para as telas.

O Prêmio Humanidade vai para o cineasta e ex-Ministro da Cultura haitiano Raoul Peck,
indicado ao Oscar de melhor documentário em longa-metragem em 2017 por “Eu Não
Sou Seu Negro”. A Mostra também exibe o inédito no Brasil “Ernest Cole: Achados e
Perdidos”, longa do diretor premiado como melhor documentário no Festival de Cannes
de 2024.

O júri da 48ª Mostra é composto pela produtora argentina Hebe Tabachnik, pelo ator português Gonçalo Waddington, pelo norte-americano Kyle Stroud (produtor de “O
Brutalista”, “Harvest”, “Eephus” e “The Line”, que integram a seleção da Mostra), pelo crítico francês Thierry Meranger, pela atriz brasileira Camila Pitanga e pelo cineasta iraniano Mohsen Makhmalbaf, que terá seus mais recentes filmes, “Aqui as Crianças Não Brincam Juntas” e “Falando com Rios”, exibidos no evento.

ORIENTE MÉDIO, RACISMO E HOMENAGENS

A Mostra também exibe títulos que trazem diversos olhares sobre o Oriente Médio, como os filmes “Contos de Gaza”, do palestino Mahmoud Nabil Ahmed, “Happy Holidays”, do palestino Scandar Copti, “Israel Palestina na TV Sueca 1958-1989”, do sueco Göran Olsson, “A Lista”, da iraniana Hana Makhmalbaf, “No Other Land”, dos palestinos Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor, o libanês “Linha Verde”, de Sylvie Ballyot, “Por Que a Guerra?” e “Shikun”, ambos do diretor israelense Amos Gitai.

Além disso, três longas com roteiro e direção do cineasta palestino Michel Khleifi serão revisitados: “A Memória Fértil” (1980), “Núpcias na Galiléia” (1987), vencedor do prêmio da crítica em Cannes e do prêmio de melhor filme em San Sebastián, e “O Conto das Três Joias Perdidas” (1995).

Haverá também uma programação de obras restauradas, incluindo o brasileiro “Também Somos Irmãos” (1949), de José Carlos Burle, restaurado pela Cinemateca Brasileira e um dos primeiros filmes a abordar o racismo no Brasil. Também serão exibidas cópias restauradas de “Onda Nova – Gayvotas Futebol Clube” (1983), de Ícaro (Francisco) C. Martins e José Antonio Garcia, exibido na 7ª Mostra e logo em seguida proibido pela censura; “Um É Pouco, Dois É Bom” (1970), de Odilon Lopez, “Brincando nos Campos do Senhor” (1991), de Hector Babenco,
e o curta inédito “Auto de Vitória” (1966), do baiano Geraldo Sarno, com sessão seguida de debate com o cantor Tom Zé.

Em homenagem a Rogério Sganzerla (1946-2004), a Mostra exibe a versão digitalizada do longa “Abismu” (1977), que teve roteiro e direção do diretor catarinense. A nova cópia do filme foi exibida no Festival de Locarno em 2023.

A Mostra também celebra os 40 anos de lançamento de “Paris, Texas” (1984), de Wim
Wenders, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, com a exibição da restauração digital do negativo original. Além dele, homenageia os 20 anos de “Os Educadores” (2004), dirigido por Hans Weingartner, que estará presente no evento, com sessões do longa restaurado. Também vai exibir a nova cópia do documentário “Tokyo Melody: Um Filme sobre Ryuichi Sakamoto” (1985), de Elizabeth Lennard.

Também será exibida em memória aos 50 anos da Revolução dos Cravos a cópia restaurada de “Capitães de Abril” (2000), de Maria de Medeiros, vencedor do prêmio do júri de melhor filme da 24ª Mostra. A exibição será seguida de uma conversa com a diretora. Já os 100 anos de nascimento do italiano Marcello Mastroianni (1924-1996) serão celebrados com a exibição de “Marcello Mio” (2024), de Christophe Honoré, exibido no Festival de Cannes. Cópias restauradas de seis filmes com o ator produzidos em diferentes países completam a homenagem: “Um Homem em Estado… Interessante” (1973), de Jacques
Demy, “O Apicultor” (1986), de Theo Angelopoulos, “Olhos Negros” (1987), de Nikita Mikhalkov, “Três Vidas e Só uma Morte” (1996), de Raúl Ruiz, e “Viagem ao Princípio do Mundo” (1997), de Manoel de Oliveira.

ITINERÂNCIA, VR E PRÊMIOS ESPECIAIS

Após o sucesso das exibições da Mostra em Manaus, em 2023, filmes da seleção partem
nesta 48ª edição para Belém. Pela primeira vez na capital paraense, o evento realiza
exibições de longas da programação entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro.

Já a tradicional itinerância promovida pelo Sesc, em dez unidades paulistas (Araraquara, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Preto, São Carlos, Birigui, Sorocaba, Jundiaí e Campinas), ocorrerá de 15 de novembro a 15 de dezembro.

Obras em realidade virtual (VR) também integram a programação da 48ª Mostra. Filmes no formato estarão disponíveis no Sesc 14 Bis, na Cinemateca Brasileira e no Metrô Itaquera.

Em relação a premiações, a Netflix volta a entregar um prêmio no festival. A honraria será concedida a um filme brasileiro da programação que ainda não tenha contrato com um serviço de streaming. E pela segunda vez será entregue o Prêmio Paradiso para um dos filmes selecionados da seção Mostra Brasil. A premiação vai apoiar a distribuição da obra nas salas de cinema do país. Além disso, pela segunda vez, o coletivo BRA.DA, de diretoras de arte do Brasil, entregará um prêmio para direção de arte.

Confira mais informações e a programação completa em 48.mostra.org/.

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Festival Cinema Negro em Ação será realizado de 17 a 20 de outubro em Porto Alegre
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