A Cinemateca Brasileira está disponibilizando parte de sua coleção de folhetos de cinemas antigos no Banco de Conteúdos Culturais (BCC), para acesso público e gratuito na internet. Foram recuperados, digitalizados e catalogados 1.500 documentos, além de 55 edições de periódicos nacionais de cinema. Os materiais estarão disponíveis a partir do dia 17 de abril.
A ação faz parte do Programa de Digitalização e Difusão de Coleções Bibliográficas, com recursos do ProAC Editais (27/2022), por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.
Os documentos são importantes registros históricos dos cinemas de rua e da cinematografia no país. A seleção reúne folhetos de programação, convites de inauguração e panfletos promocionais, datando desde 1909 até o final da década de 1970, de diferentes cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Diamantina (MG) e Porto Alegre.
Há materiais de salas que foram referência no circuito exibidor, como o Cine Metro, o qual funcionou de 1938 até 1997 na Cinelândia Paulistana; o Cine Nikkatsu, um dos principais cinemas dedicados a filmes japoneses no bairro da Liberdade, em São Paulo; e folhetos da Salas do Grupo Severiano Ribeiro (Atlântida Cinematográfica) que tiveram por décadas expressiva atuação em todo o país.
Foram ainda processados para acesso público importantes periódicos de cinema – Fan Magazine (1938-1939); O Exibidor (1957-1966); Foco (1951); Biblioteca Film (1925-1926); O Filme (1933); Frou-Frou (1923-1924); e Boletim do Sindicato dos Técnicos de Cinema (1939).
“O programa é de grande importância para que a Cinemateca Brasileira avance na difusão da memória do audiovisual em toda a sua amplitude, indo além do seu acervo fílmico”, afirma Maria Dora Mourão, diretora geral da Cinemateca Brasileira.
A digitalização desses documentos contempla um extenso e complexo trabalho, envolvendo a conservação preventiva e corretiva de materiais, pesquisa e catalogação, conduzido pela equipe de conservadores e documentalistas do Centro de Documentação e Pesquisa Paulo Emílio Sales Gomes, da Cinemateca Brasileira.
Além de permitir a disponibilização pública desses ricos materiais documentais, o projeto possibilitou à Cinemateca Brasileira uma expressiva atualização técnica do parque de digitalização, que permitirá nos próximos anos a continuidade da ação sobre outras importantes coleções do acervo que são fontes singulares para a conhecimento da história de nosso audiovisual.
“Para nós, tem sido de extrema importância a execução de projetos que possibilitem ações sobre coleções específicas, mas que possibilitem ações estruturantes voltadas à sustentabilidade das atividades da Cinemateca Brasileira, além de benefícios a todo o público da Cinemateca – de cinéfilos a pesquisadores especializados. E o projeto fomentado pelo Governo do Estado de São Paulo cumpre esse objetivo” – destaca Gabriela Sousa de Queiroz – diretora técnica da Cinemateca Brasileira.
Esses materiais se juntam, agora, a outros 97 mil conteúdos do acervo da Cinemateca Brasileira que estão digitalizados e disponíveis gratuitamente no Banco de Conteúdos Culturais.
Criado em 2009, o BCC é uma iniciativa da Cinemateca Brasileira e da Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) sobre o audiovisual com o objetivo de democratizar e ampliar o acesso do público ao acervo da instituição. Além de documentos, na plataforma online, é possível ver fotografias, revistas e cartazes, e assistir a filmes e telenovelas.
A coleção digitalizada no âmbito do Programa de Digitalização e Difusão de Coleções Bibliográficas vai estar disponível, a partir de 17 de abril, pelo site bcc܂cinemateca܂org܂br.
CINEMATECA BRASILEIRA
A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.
O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.