Cinemateca Brasileira lança projeto de recuperação do histórico acervo do Canal 100

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Jogada de Pelé contra zagueiro soviético durante amistoso em Moscou, em 1965. Foto: Divulgação/Canal 100

A Cinemateca Brasileira lançou, nesta semana, o projeto de recuperação, catalogação e digitalização do acervo do Canal 100, que reúne a maior coleção cinematográfica de futebol no país. O evento de apresentação dessa iniciativa de resgate reuniu nomes importantes do esporte e da cultura nacionais.

O projeto prevê ações de duplicação fotoquímica de centenas de rolos de filmes, digitalização de 30 horas de cinejornais e aquisição de equipamentos modernos que permitirão o acesso facilitado e gratuito ao material digitalizado, disponibilizado no Banco de Conteúdos Culturais da Cinemateca.

Além disso, a iniciativa de recuperação do Canal 100 contará com uma programação especial. Para 2026, ano da próxima Copa do Mundo (que será realizada nos EUA, no Canadá e no México), a instituição prevê uma grande mostra itinerante de filmes sobre futebol, incluindo trechos icônicos do Canal 100 e alguns dos melhores momentos da história do esporte.

Orçado em R$ 22,7 milhões, o projeto está em busca de apoiadores e já conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, Shell e Itaú.

SOBRE O CANAL 100

Criado pelo cineasta Carlos Niemeyer (1920-1999) em 1957, o Canal 100 foi um cinejornal que cobriu, de maneira única, o período de 1959 a 1986. Revolucionou a cobertura esportiva e cultural no Brasil, tornando-se um marco na nossa história audiovisual.

Exibido nos cinemas antes dos filmes, o Canal 100 capturava momentos épicos do futebol brasileiro, com destaque para partidas memoráveis no Maracanã e em outros estádios. Com uma narrativa cinematográfica única, Niemeyer e sua equipe introduziram novas técnicas de filmagem, incluindo o uso de câmeras em close-up e ângulos dinâmicos que aproximavam o público da emoção do campo.

Não menos significativas eram as vozes que acompanhavam essas imagens. Com suas narrações habilidosas, Cid Moreira e Corrêa Araújo transmitiam emoção e davam vida às partidas. A escolha da trilha sonora (a música “Na Cadência do Samba”, de Luiz Bandeira) conferia uma identidade única ao Canal 100. O tema “Que bonito é…” tornou-se um lema não oficial para os amantes do futebol. Além do esporte, o Canal 100 registrava aspectos culturais e sociais do Brasil, oferecendo uma visão panorâmica do país durante três décadas do século 20.

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