Por Danielle de Noronha
Como parte da série de entrevistas sobre as associações federadas à FELAFC (Federação Latino-americana de Autores de Fotografia Cinematográfica), conversamos com o diretor de fotografia Claudio Jara sobre a Asociación Chilena de Cinematografía (ACC).
Fundada em 2016, atualmente é presidida pelo diretor de fotografia Ignacio Walker e conta com 67 pessoas associadas.
Para começar, poderia nos contar um pouco sobre sua carreira no cinema e audiovisual?
Durante muitos anos de minha carreira profissional, fui professor em diferentes centros educacionais, universidades e institutos. Fui fotógrafo, principalmente de documentários, publicidade e alguns longas-metragens. Estudei no Chile, em Cuba e fiz workshops na Espanha.
Quando você entrou para o ACC e o que o levou a tomar essa decisão?
Eu era um dos signatários quando a ACC foi registrada como uma associação comercial no Ministério da Economia. Era importante que os(as) diretores(as) de fotografia de nosso país e as pessoas que trabalham no Chile tivessem uma associação para trocar experiências e conhecimentos e que nossa Associação fosse uma contribuição para a cinematografia nacional.
Para saber mais sobre a história da associação, qual foi o contexto de seu surgimento e quais são seus principais objetivos?
Os principais objetivos da ACC são divulgar o trabalho dos(as) diretores(as) de fotografia no Chile, criar espaços para melhorar nossa profissão, criar uma comunidade nas diferentes especialidades dentro do departamento de cinematografia, educar as novas gerações, contribuir para as questões de gênero dentro e fora do setor, acompanhar e ajudar os(as) sócios(as) que precisam e ter um espaço abrangente e diversificado para celebrar a arte da cinematografia.
Em sua opinião, quais são as principais conquistas do ACC ao longo dos anos e o que ainda precisa ser conquistado?
Gerar mais interesse no aprimoramento da disciplina. Quebrar tabus sobre essa profissão e aproximar mais pessoas diversas da associação. Ter uma presença mais forte no setor nacional e internacional. Ainda temos um longo caminho a percorrer em termos de gênero e diversidade, mas acreditamos que estamos caminhando na direção certa.
Que mudanças ocorreram na produção cinematográfica chilena ao longo dos anos e qual foi a contribuição da associação para essas mudanças?
A ACC teve várias fases associadas à contingência dos tempos, fazendo com que sua constância fosse interrompida durante o período da pandemia. No entanto, especialmente nos últimos tempos, o interesse pela associação aumentou, e os(as) sócios(as) estão começando a ter melhores ferramentas, apoiados(as) por novos patrocinadores que acreditam fielmente no crescimento do nosso setor. Sabemos que isso influenciará diretamente o resultado das peças audiovisuais, alcançando melhores padrões em nível internacional, permitindo que o trabalho local seja exportado.
Quais são as principais atividades e propostas que estão sendo realizadas atualmente pela ACC?
A atual diretoria, que assumiu o cargo em março de 2023, tem uma forte agenda de gênero e integração. Além disso, aprimoramos os canais de comunicação e divulgação, workshops e palestras da ACC, o que permite que nossos(as) sócios(as) cresçam em seu desenvolvimento profissional de forma abrangente, tanto como indivíduos quanto como profissionais.
Em termos de diversidade, como a participação de mais mulheres, qual é o trabalho da associação nesse sentido?
Demos ênfase a convidar mais mulheres para a ACC e, embora o processo tenha sido lento, mais mulheres se associaram da última vez e entendemos que há uma disposição para que a ACC seja um agente de mudança em benefício das políticas de gênero. Também estamos considerando a possibilidade de realizar workshops para que os(as) sócios(as) entendam melhor como abordar as questões de gênero. Também é importante observar que nossa segunda presidenta foi uma mulher, que fez um ótimo trabalho ao ampliar a participação da ACC no setor.
Com relação à FELAFC, como você vê a criação da federação, o trabalho do ACC para consolidá-la e qual é a importância dela para aproximar o cinema da América Latina?
Uma de nossas metas é nos integrarmos à comunidade cinematográfica internacional, e é por isso que nossa participação na FELAFC tem sido desde o início da federação, como também a IMAGO é muito importante para nós.
O que você espera para o futuro da ACC e da FELAFC?
Fortalecer os canais de comunicação e cooperação internacional entre as associações.
Há algo mais que você gostaria de acrescentar?
Desejo vida longa à FELAFC e à ACC.