Lúcio Kodato, ABC: “O Galã”

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Por Danielle de Noronha

O Galã, novo filme Francisco Ramalho Jr., conta a história de Júlio (Thiago Fragoso), que aspira se tornar um grande ator, mas a grande maioria de suas empreitadas nas telas costumam dar errado. Quando o dinheiro aperta, ele resolve recorrer ao seu meio irmão Beto (Luiz Henrique Nogueira), um obcecado roteirista de novelas que vive em reclusão, com quem ele não tem muito contato. O ator acredita que sua grande chance será concedida pelo irmão, mas a relação entre os dois se torna a cada dia mais insustentável.

O filme estreou na última quinta-feira, 7 de fevereiro, e conta com a direção de fotografia de Lúcio Kodato, ABC, que nos contou um pouco sobre o trabalho no filme.

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Como surgiu o convite para você fotografar O Galã?

A parceria com o Ramalho vem de longa data. Em 1975, fotografei o doc-longa no qual ele foi o produtor, o “Nordeste, Cordel, Repente e Canção”, de Tânia Quaresma. Como diretor e fotógrafo, começamos com “Sabendo Usar Não Vai Faltar”, com produção de Palácios e Galante em 1975; seguido do documentário “Rio Tietê” (1975); “À Flor da Pele” em 1976; piloto para uma série de TV, “Caramuru”, em 1978; “Canta Maria” em 2006, então o convite foi quase natural. Inclusive, fomos sócios numa produtora, a Oca Cinematográfica, com o Zetas Malzoni, Sidnei Paiva Lopes e Herval Pina Ribeiro.

Como foi pensada a fotografia do filme?

A fotografia de “O Galã” foi concebida levando-se em conta dois aspectos fundamentais: agilidade nos setups, razão pela qual trabalhamos com gimbal (Ronin) na movimentação da câmera, pois não queríamos utilizar trilhos, e a utilização de lentes grande angulares para estarmos dentro das ações, próximos dos atores.

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Quais câmeras e lentes foram utilizadas e quais motivos o levaram a escolhê-las?

Escolhemos a câmera Canon EOS C500 (cedida pela Canon do Brasil) pela textura, boa sensibilidade e um ótimo tamanho/peso para o Ronin. Gravamos em 4K / RAW no Odyssey (o Tico da HDVloc habilitou-nos o gravador para C500 em 4K/RAW, ainda com pouca possibilidade de locação deste equipamento). As lentes utilizadas foram as Canon Cinema Prime 14, 24, 35, 50, 85, 135mm (Canon do Brasil e Elitecam). Nas sequências de pouca luz, optamos pela Varicam LT da Panasonic com bocal EF.

Foram realizados testes prévios?

Sim, testes de sensibilidade com a preciosa análise do Chiquinho, da DOT, foram essenciais para a definição do workflow.

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Como foi trabalhada a luz no filme?

Por questões financeiras, optamos por trabalhar em locações. Um dos pedidos do Ramalho foi que a luz fosse solar, para ele associada com a comédia. Como estávamos utilizando gimbal e lentes grande angular, a luz foi planejada para ser a mais natural possível. Utilizamos as luminárias de LED Velvet (TheLight), DLED (Dedolight) e um brute de 7 PARLED (Universe Lighting) (heptágono) montado pelo Sebastião Dantas – “Mandioca” -, que inclusive projetou vários acessórios que agilizaram bastante as filmagens.

Em quais locais o longa foi filmado e como foi o processo de escolha das locações?

O Ramalho reforçou a necessidade que o filme deveria mostrar São Paulo: uma casa no Ibirapuera (a maior parte das filmagens), Memorial da América Latina, Jockey Club, Espaço Locall, Clube Sírio e uma quitinete minúscula na Praça Marechal Deodoro, cuja janela dava diretamente no Minhocão. A Diretora de Produção, Raissa Drumond, e a 1ª Assistente de Direção, Flavia Vilela, foram de uma eficiência impressionante.

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Como foi a interação com o departamento de arte?

A Diretora de Arte, Fernanda Carlucci (primeira vez que trabalhamos juntos), trazia referências muito exatas e a nossa interação foi total, o que foi muito gratificante para a fotografia.

Gostaria que você falasse um pouco de como foi a dinâmica do workflow de pós e como aconteceu sua participação nele.

A escolha da DOT como finalizadora foi primordial desde os copiões com alguns “love letters” (são comentários que os laboratórios de película nos EUA nos enviavam, falando das exposições, focos, e algo mais íntimo entre o responsável da finalizadora para o fotógrafo). A colorista foi a Samanta do Amaral com quem tenho muita afinidade, o que resulta num trabalho bastante esmerado e brilhante.

Elenco:
Thiago Fragoso – Júlio
Fiuk – Raul Cardoso
Luiz Henrique Nogueira – Beto
Christine Fernandes – Raquel
Cristina Mutarelli – Solange
Christiana Ubach – Adriana
Roney Facchini – Paulo Roberto
Ficha técnica:
Produzido por Ramalho Filmes em associação com MIRAVISTA
Associados a Thiago Fragoso, Diego Senra, Loccal, Dot e Luis Erlanger
Direção – Francisco Ramalho Jr.
Produção – Francisco Ramalho Jr. e Erica Cardoso
Roteiro – Francisco Ramalho Jr. e André Catarinacho
Roteiro no desenvolvimento – Emilio Boechat e Marília Toledo
Baseado na peça teatral “Meio Irmão”, de Emilio Boechat
Argumento inicial – Laura Rissin e Alessandra Poggi
Direção de Fotografia – Lúcio Kodato, ABC
Montagem – Manga Campion
Produção Executiva – Erica Cardoso
Coprodutora Executiva – Andreia Ramalho
Produtor Associado – Andrez Castilho
Diretora de Produção – Raissa Drumond
Música – Vivian Aguiar-Buff
Supervisor Musical – Luiz Augusto Buff
Direção de Arte – Fernanda Fernanda Carlucci
Figurino – Diogo Costa
Som Direto – Romeu Quinto, ABC
Design de som – Adriano Nascimento
Mixagem – Ariel Henrique
Assistentes de Direção – 1º Flavia Vilela / 2º Julia Ferreira
Maquiagem – Gabi Moraes
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