Silvia Gangemi celebra 27 anos de carreira no cinema e se prepara para o lançamento de cinco filmes, entre ficções e documentários em que assina a direção de fotografia. Uma das mais requisitadas profissionais da área atualmente, Silvia é pioneira entre as mulheres na fotografia para cinema e tem mais de 80 filmes no currículo. A trajetória até aqui foi longa e intensa.
Começou como estagiária de still de Neville D´Almeida em Navalha na Carne, em 1997. Em 1998 foi video assist na Minissérie Mulher e, em 1999, ocupou essa mesma função em Orfeu, de Cacá Diegues. Por quase duas décadas foi assistente de câmera, trabalhando em filmes como Sabor da Paixão, com Penélope Cruz, Os Normais, Divã, Se Eu Fosse Você e Chatô: o Rei do Brasil. O primeiro trabalho como operadora de câmera foi em Vestido para Casar, em 2014, função que seguiu até 2023, em filmes como De Pernas pro Ar 3, entre vários outros.
Em 2016 Silvia assinou o seu primeiro trabalho como Diretora de Fotografia no documentário sobre a Orquestra Brasileira de Sapateado, dirigido por Maria Clara Costa, premiado em 2017, em Hollywood.
No último ano, como Diretora de Fotografia, ela assinou diversos trabalhos que já começam a sair do forno. O primeiro deles é a série infanto juvenil Marcelo, Marmelo, Martelo, com direção de fotografia geral de Marcelo Guru, que ocupa a lista das 10 mais vistas da Paramount + Brasil desde a estreia, em julho de 2023.
Nos próximos meses estreiam três filmes em que Silvia trabalhou com um parceiro de longa data: o diretor Hsu Chien. Ela assina a direção de fotografia do curta Bergamota, que será lançado ainda este ano, e dos longas De Repente Miss e Sara, Lia e Leia.
Em 2024 estreiam dois trabalhos em que Silvia filmou, entre outros personagens, Gilberto Gil. A série na Trilha do Som, dirigida por Marcelo Janot, a qual foi convidada por Jacques Cheuiche, ABC, para dividir a fotografia, será exibida no Canal Curta! e traz conversas com compositores que assinam trilhas para filmes. Já no documentário “Rouanet, o Homem da Lei”, em que também divide a fotografia com Cheuiche, dirigido por Adriana Rouanet, Gil dá o seu depoimento sobre o também ex-ministro da Cultura e autor de uma das principais leis de incentivo à cultura do Brasil.
“Eu adoro o enquadramento, a composição. As pessoas confiam no meu olhar porque sabem que vão ter um quadro com harmonia”, diz Silvia, graduada em design gráfico pela PUC Rio em 1991. Ela também estudou teatro na CAL, e fez aulas de artes plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Comunicação Visual, Artes Plásticas e Fotografia são áreas que sempre estiveram no seu radar.
Em 1994 Silvia passou uma temporada de 9 meses em Londres, e aproveitou para estudar pintura no The City Lit School. Foi durante este período na capital inglesa que ela começou a fotografar. Na volta ao Brasil, rodou o país durante três meses em carona de caminhão e continuou a investir na fotografia. De volta ao Rio, foi convidada para trabalhar como fotógrafa na Embaixada Brasileira em Gana. Morou por nove meses no país africano. No retorno ao Brasil, decidiu investir no cinema, quando conseguiu a oportunidade de estagiar no filme do Neville.
Já são quase trinta anos de lá pra cá. Hoje, ela afirma com a confiança e experiência de quem já passou por todas as etapas da carreira. “Eu entrego, executo, sou parceira, eu ouço o diretor. Quero sempre contribuir. Acho que esse é o lance”, diz.
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